Foto: Reprodução / DW |
A alemã, Phillipine Bausch,
nasceu em 1940 e ainda criança teve seu primeiro contato com o mundo da arte
através das aulas de balé. Aos 15 anos, deu inicio a sua formação na dança na
Escola Folkwangschule de Essen, fundada pelo célebre coreógrafo Kurt Joos. Lá,
Pina teve a oportunidade de participar de uma atmosfera expressiva, criativa e
inspiradora, onde aprendia sobre teatro, música, dança, gravura e pintura.
Assim que concluiu o seu estudo
em Dança e Pedagogia, em 1958, Pina recebeu uma bolsa de estudos da Folkwang e
se mudou para os Estados Unidos. Durante a sua passagem pela América, estudou
com Antony Tudor e José Limón, dançou na Juilliard School of Music e na
Metropolitan Opera.
Foto: Reprodução / Espalhafatos |
Após a temporada nos Estados
Unidos, a bailarina retornou à Alemanha em 1962, para dançar como solista no
recém-fundado balé da Folkwang, onde se apresentou em Amsterdã, Hamburgo,
Londres e no Festival de Salzburgo.
Graças às encenações bem
sucedidas onde os elementos de dança, música, linguagem e teatro eram
misturados, Pina teve a oportunidade de levar o que aprendeu com Joss para os
palcos, quando conseguiu o cargo de coreógrafa e diretora do corpo de baile de
Wuppertal. Aos 33 anos, foi contratada para dirigir o Balé do Teatro de
Wuppertal.
Foto: Reprodução / Snp Cultura |
Foi a partir de 1973 que Bausch
revitalizou a dança moderna na Alemanhã. Com uma tendência expressionista, os
seus bailarinos demonstravam todo o sentimento que um ser humano pode sentir em
cena, primando à sensibilização e reflexão do público, acompanhados de música
popular, clássica, free jazz e enredos fragmentários. Era comum em suas
criações, os dançarinos chorarem, rirem, gritarem, o que menos se via era a
técnica clássica ou da dança moderna. Essa nova abordagem chocou o público da
época e em suas apresentações era comum ouvir vaias. Muitas vezes, ninguém
seguia o que estava na programação e as pessoas expressavam sua indignação
retirando-se do teatro.
Toda a sua luta para romper as
barreiras da dança só obteve sucesso em
1974, quando a sua versão de Iphigenie auf Tauris (Ifigênia em Táuris) foi
ovacionada pela crítica que a elegeu como um dos acontecimentos mais
importantes da temporada de dança.
Após essa vitória, a sua
companhia se tornou a principal representante da dança da Alemanha Ocidental e
se apresentou em todos os continentes. Naturalmente, os prêmios foram chegando,
como o Prêmio Alemão de Dança, a Ordem Francesa
das Artes e das Letras, o Prêmio
Europeu de Dança, Praemium Imperiale japonês, a Cruz de Mérito do governo
alemão, a condecoração da Legião de Honra, apenas para citar alguns.
Em seus 40 anos de dança, foram
encenadas mais de 30 peças e seu trabalho não pode ser considerado rotineiro.
Infelizmente, após a descoberta de um câncer, Pina faleceu em 2009, com 68
anos. A coreógrafa deixou um legado, onde a dança chama a atenção para as
questões sociais, políticas e pessoais, e os bailarinos, através dos seus
movimentos, contam histórias.
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