sexta-feira, 30 de maio de 2014

Grandes Histórias: Pina Bausch


Foto: Reprodução / DW
 
A alemã, Phillipine Bausch, nasceu em 1940 e ainda criança teve seu primeiro contato com o mundo da arte através das aulas de balé. Aos 15 anos, deu inicio a sua formação na dança na Escola Folkwangschule de Essen, fundada pelo célebre coreógrafo Kurt Joos. Lá, Pina teve a oportunidade de participar de uma atmosfera expressiva, criativa e inspiradora, onde aprendia sobre teatro, música, dança, gravura e pintura.
Assim que concluiu o seu estudo em Dança e Pedagogia, em 1958, Pina recebeu uma bolsa de estudos da Folkwang e se mudou para os Estados Unidos. Durante a sua passagem pela América, estudou com Antony Tudor e José Limón, dançou na Juilliard School of Music e na Metropolitan Opera.
Foto: Reprodução / Espalhafatos

Após a temporada nos Estados Unidos, a bailarina retornou à Alemanha em 1962, para dançar como solista no recém-fundado balé da Folkwang, onde se apresentou em Amsterdã, Hamburgo, Londres e no Festival de Salzburgo.
Graças às encenações bem sucedidas onde os elementos de dança, música, linguagem e teatro eram misturados, Pina teve a oportunidade de levar o que aprendeu com Joss para os palcos, quando conseguiu o cargo de coreógrafa e diretora do corpo de baile de Wuppertal. Aos 33 anos, foi contratada para dirigir o Balé do Teatro de Wuppertal.

Foto: Reprodução / Snp Cultura

Foi a partir de 1973 que Bausch revitalizou a dança moderna na Alemanhã. Com uma tendência expressionista, os seus bailarinos demonstravam todo o sentimento que um ser humano pode sentir em cena, primando à sensibilização e reflexão do público, acompanhados de música popular, clássica, free jazz e enredos fragmentários. Era comum em suas criações, os dançarinos chorarem, rirem, gritarem, o que menos se via era a técnica clássica ou da dança moderna. Essa nova abordagem chocou o público da época e em suas apresentações era comum ouvir vaias. Muitas vezes, ninguém seguia o que estava na programação e as pessoas expressavam sua indignação retirando-se do teatro.
Toda a sua luta para romper as barreiras da dança só obteve sucesso  em 1974, quando a sua versão de Iphigenie auf Tauris (Ifigênia em Táuris) foi ovacionada pela crítica que a elegeu como um dos acontecimentos mais importantes da temporada de dança.
 
 
Após essa vitória, a sua companhia se tornou a principal representante da dança da Alemanha Ocidental e se apresentou em todos os continentes. Naturalmente, os prêmios foram chegando, como o Prêmio Alemão de Dança, a Ordem Francesa  das  Artes e das Letras, o Prêmio Europeu de Dança, Praemium Imperiale japonês, a Cruz de Mérito do governo alemão, a condecoração da Legião de Honra, apenas para citar alguns.
 
Em seus 40 anos de dança, foram encenadas mais de 30 peças e seu trabalho não pode ser considerado rotineiro. Infelizmente, após a descoberta de um câncer, Pina faleceu em 2009, com 68 anos. A coreógrafa deixou um legado, onde a dança chama a atenção para as questões sociais, políticas e pessoais, e os bailarinos, através dos seus movimentos, contam histórias.
 
 

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