sexta-feira, 14 de março de 2014

Grandes Histórias: Associação de Ballet e Artes para Cegos Fernanda Bianchini


Foto: Reprodução / Folha de São Paulo - Sergio Matta

Há quem diga que a dança é a arte de mexer o corpo, através dos movimentos ritmados, onde você expressa todos os seus sentimentos e alegrias. Agora, imagine uma pessoa com deficiência visual conseguir aprender passos de balé clássico, através da descrição e emoção que a professora passa para eles. É com esse trabalho, feito por meio do toque e da percepção corporal, que os bailarinos da Associação de Ballet e Artes para Cegos Fernanda Bianchini transformam o que era impossível, em bela arte.

Fernanda e as alunas do projeto. Foto: Reprodução / Revista Época


Há 19 anos, a Associação ensina Ballet Clássico, Sapateado, Dança de Salão, Danças para terceira idade, Ballet para adultos e música. Com esses cursos, os alunos melhoram a postura, o equilíbrio, a noção espacial e a autoestima, além de romper barreiras e preconceitos.

A inclusão em todos os gêneros.
Foto: Reprodução / Cia Fernanda Bianchini 

Inicialmente, as aulas foram ministradas no Instituto de Cegos, na capital paulista, em 1995. Lá a bailarina e fisioterapeuta Fernanda Bianchini percebeu que ensinar balé para deficientes visuais exigia mais criatividade do que técnica.  Nas primeiras aulas, Fernanda tentou descrever como se executava um passo chamado “echappé” falando que era para as meninas se imaginarem saltando para fora e para dentro de um balde. Porém, uma das alunas não sabia o que significava a palavra balde. Foi a partir desse momento que ela entendeu que precisava entrar no mundo do deficiente, aprender as limitações e as suas dificuldades.

Os passos são aprendidos através do toque e da percepção corporal
Foto: Reprodução / Folha de São Paulo


Especializada em distúrbios do desenvolvimento, Fernanda foi pioneira no mundo ao criar um método para a inserção desses jovens na dança. A Associação dá aulas gratuitas a deficientes visuais e 10 % das vagas são destinadas a alunos com outros tipos de deficiências e a crianças e adolescentes sem deficiência, visando trabalhar a inclusão às avessas.

Geyza Pereira foi uma das primeiras alunas do Projeto
e hoje faz parte do corpo docente
Foto: Reprodução / Cia Fernanda Bianchini

Além da magnitude do projeto, o que chama atenção é o fato da associação ter professores também deficientes visuais. É o caso da bailarina Geyza Pereira, que integrou ao projeto logo no início e hoje passa seu conhecimento aos novos alunos.

Foto: Reprodução / Cia Fernanda Bianchini

Destaque em jornais, revistas e programas de TV, no Brasil e no exterior, os bailarinos da Associação já receberam mais de 100 prêmios em festivais de dança e participou na abertura dos Jogos Paraolímpicos de Londres, em 2012.



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