quarta-feira, 21 de maio de 2014

O diálogo entre a música e a dança


Foto: Reprodução / Páginas de amor
 
Dançar não significa se mover de um lado para o outro, seguindo um padrão básico de passos, e sim mexer o corpo acompanhando o ritmo da música.  Musicalmente falando, dançar no compasso é seguir o tempo ou o pulso dela. Então, para o aluno ter mais liberdade e conseguir executar os movimentos com a devida técnica é preciso ter musicalidade.
O conceito de musicalidade não existe sem o de ritmo. É preciso prestar atenção a alguns aspectos que não estão somente associados à parte mais percussiva e dos instrumentos que estabelecem o acompanhamento rítmico e o pulso musical, mas também às questões melódicas e dos vários planos ou linhas musicais que possam ser identificados na mesma.

Muitos alunos, principalmente aqueles que estão em contato com a dança há pouco tempo, criam um bloqueio e se intitulam “pessoas sem ritmo”. O que devemos entender é que essa dificuldade em lidar com ritmos e dançar em sincronia só será sanada com muito treino. Alguns bailarinos profissionais assumiram que, muitas vezes, estão tão preocupados com as mecânicas do movimento que se tornam insensíveis à música.
No balé clássico, por exemplo, as musicas executadas em sala de aula, na maioria das vezes, possuem apenas o som do piano. O nosso corpo consegue entender melhor esse instrumento, pois as notas musicais são fortes e marcadas, provocando uma reação de concentração mais aguçada, além da maioria dessas composições possuírem dois ou quatro tempos musicais. Isso facilita a compreensão do ritmo e o bailarino tem o tempo para preparar-se mentalmente antes da execução de um passo e seguir com a próxima combinação.

Confira algumas dicas de como desenvolver o "ouvido" e se tornar um bailarino com boa musicalidade.

1- O primeiro passo é liberar a tensão. Ao ficar tenso durante a aula, você prende a respiração, limitando os movimentos. Para melhorar a habilidade técnica sem atrapalhar o ritmo, relacione a sua respiração com algum padrão ditado pela música. Ao fazer isso, você conseguirá a coordenação necessária para fazer os exercícios, e entender as pausas e os tempos de ataque dos adágios e dos allegros;
2- Ouça o tipo de ritmo da música que você está tentando aprender. Peça ao seu professor para ele copiar algumas faixas executadas em aula. Sempre que tiver um tempo livre, em casa, na escola ou no trabalho, escute a música de olhos fechados e tente visualizar alguns exercícios por conta própria. Além de você desenvolver um bom ouvido para a música, você também irá conseguir movimentos precisos;

3- Ao ouvir a música, mova diferentes partes do seu corpo com a mesma batida. Tente usar seus dedos, suas mãos, seus pés, seus quadris e até mesmo suas expressões faciais. Faça isso até você conseguir acompanhar o ritmo;
4- Seja observador. Crie o hábito de assistir vídeos de dançarinos.  Preste atenção na batida e observe como os corpos dos bailarinos se movem junto a música;

5-  Sempre que o professor passar um exercício, verbalize os passos entre as notas musicais e faça contagens. Assim, os movimentos serão acentuados entre cada uma das notas, sobretudo nas transições entre eles.  

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