Por trás de toda a arte que
envolve o balé, a dança contemporânea, jazz e sapateado, existem cálculos sobre
cada movimento. A execução da pirueta, termo utilizado para designar um
passo em que uma ou mais voltas são feitas pelo corpo em uma perna, seja em
meia ponta ou ponta, é regida basicamente pelas leis da mecânica. A inércia do
giro depende da distribuição da massa do objeto em relação ao eixo de
rotação. Ou seja,
se o bailarino não estiver com o quadril encaixado, com uma estabilidade no
corpo na preparação, com sustentação na perna de base, e com sincronia dos
braços e marcação de cabeça, ele não terá sustentação para manter o giro.
A pirueta pode ser feita en
dehors, en dedans, a la seconde, en attitude, en arabesque, e a técnica continua
a mesma. O impulso determinará a quantidade de giros que serão dados, portanto
é importante aliar o plié com os braços. A rotação deve acontecer a partir dos
braços, nunca do tronco ou dos ombros. Além disso, a pirueta requer equilíbrio e
verticalidade do corpo. O passé é realizado rapidamente, para que as pernas en
dehors abram com mais facilidade, ajudando no giro.
O trabalho de preparação para a
realização das piruetas depende dos exercícios básicos da dança clássica tendo
como referencia a estrutura anatômica. Através da prática, o aluno compreende
toda a sequencia do giro, ensinados nos primeiros anos de estudo, obtendo a coordenação
entre equilíbrio, sincronia e força na realização do movimento. Ao aprender como funciona o seu corpo, o aluno entende que, para executar uma boa pirueta, as articulações devem estar alongadas, as pernas de base estendidas, os dedos dos pés esticados, os ombros e braços em simetria e a coluna reta. Com o tempo, essas ações se tornam mecânicas e cada passo é executado automaticamente. Portanto, a repetição exerce um papel importante, cujo resultado é a realização de passos, sequências e coreografias com qualidade técnica.
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